terça-feira, 5 de julho de 2011

Metrópole


A tempestade de verão  deu o ar de sua graça
vestido de luto o céu da tarde
da minha cidade
outra vez.

Então, sem nem avisar,
um vento furioso,
desses que trazem um cheiro de morte,
principiou a sacudir as árvores antigas
e a tirar o sono da gente.

Porque numa cidade grande
depois da tempestade
nunca vem a bonança,
antes, vêm as enchentes
que todos aguardam com o coração na mão.

Porém nem todos
( quem disse? )
um menino de rua
- cujo nome ninguém conhece –
bem à vista de todos
mergulhou de súbito na rua alagada, entre ratos
e lixos flutuantes,
sonhando talvez com dias mais felizes.

Enquanto isso o governo,
alheio às intempéries lá fora,
jamais perdeu ( ou perderá ) o sono
- sono aliás tranquilo –
de tanto sonhar com a próxima eleição.







3 comentários:

Anônimo disse...

Oi jonas fiz uma visita no seu site, e o divulguei aos meus amigos e conhecidos. bjs Adriana Nuness

Adriana Nuness disse...

Vou visita lo sempre!!!!!!!!

Priscilla Lack disse...

Q legal! Não sabia q vc tinha essa veia literária... Parabéns pelo blog

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