quinta-feira, 3 de março de 2011

Jornalismo Urbano


Um caso de policia:
moça morena se atira do décimo andar.
Corpo devassado circula na primeira página
e na língua afiada do povo.

Entretanto, na aspereza da calçada,
a moça não parece moça: estatelada,
desfigura-se,
e perde o sentido de ser,
ou de pelo menos ser corpo.

Agora, sepultada, ela sumira para sempre
( sem importância nenhuma )
da memória do povo e dos jornais

que já farejam outra tragédia
ainda mais feia e maior.

3 comentários:

Anônimo disse...

achei muito bonito o poema.

Kelly Christi disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Kelly Christi disse...

gostei muito da criatividade em falar de um asuntto tão delicado, na sociedade como o suicidio, a dor, o feio, o horrivel, em forma de poesia. Como gosta de crônicas, talvez curta o meu blog:

http://www.pequenosdeleites.blogspot.com

Postar um comentário