Um caso de policia:
moça morena se atira do décimo andar.
Corpo devassado circula na primeira página
e na língua afiada do povo.
Entretanto, na aspereza da calçada,
a moça não parece moça: estatelada,
desfigura-se,
e perde o sentido de ser,
ou de pelo menos ser corpo.
Agora, sepultada, ela sumira para sempre
( sem importância nenhuma )
da memória do povo e dos jornais
que já farejam outra tragédia
ainda mais feia e maior.
3 comentários:
achei muito bonito o poema.
gostei muito da criatividade em falar de um asuntto tão delicado, na sociedade como o suicidio, a dor, o feio, o horrivel, em forma de poesia. Como gosta de crônicas, talvez curta o meu blog:
http://www.pequenosdeleites.blogspot.com
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