quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Linha Vermelha, Rio


Engenharia
engenharia faraônica em linha vermelha.
A linha corta a paisagem de concreto; de repente nos suspende e entra
em nossos olhos urbanos
já adaptados a tanto arrojo de infra-estrutura.

Repara como a linha é prestativa!, tranqüilizando vidas com pressa
de chegar,
desafogando vias inteiras que agora respiram mais aliviadas (?) à hora
implacável do rush, inaugurando um novo tempo.

Veículos desembocam na linha; multiplicam-se. De resto, já são milhares,
desdenhando as estrelas e as formigas.
A cidade afinal encurtamos, hoje ao nosso alcance, e
comunidades esquecidas pelos anos se anunciam, num
passe de mágica.
Bairros surgem e ressurgem, favelas,
prédios e casas brotam do nada, regiões saltam do mapa, tudo
com uma rapidez incrível que nos deixa mais próximos e seguros, tão
seguros que esquecemos a velocidade
nas rodas assassinas de nosso carro.

2 comentários:

Anônimo disse...

gostei do poema. realista.

Anônimo disse...

parece mesmo o retrato do rio de janeiro.

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