Entre mim e o meu passado
há um vazio mais antigo
o qual carrego comigo
há tanto tempo que nem sei!
Nele cabe essa dor,
que transborda do meu peito
demasiado frágil
como a sombra de uma flor!
Ai de mim! É duro ser refém
de mim mesma! E sou?
Sou sim essa folha caída
na dureza de uma estrada
sem paisagem nem perfume;
- essa folha extremamente seca
seca, sem vida,
consolada pela brisa;
folha que ninguém vê
folha que ninguém quer
e que só se faz notar
quando nela alguém pisa!